quinta-feira, 31 de março de 2011

ANIVERSÁRIO DE ROBERT BUNSEN

GOIÂNIA - ANO I - 61

Olá Químicos e Agregados.

Para quem ainda não sabe, hoje se comemora o ducentésimo aniversário de Robert Bunsen.

Sim, é o cara do Bico de Bunsen. No entanto, cabe salientar que ele NÃO foi o inventor do bico de Bunsen. Na verdade, ele somente aperfeiçoou tal instrumento. O inventor do, digamos, aparelho, na verdade foi o Michael Faraday. 

Se você já achava que o Faraday tinha feito muita coisa. Taí mais uma.

Há uma grande quantidade de informações sobre Robert Bunsen na rede, desde artigos até sites de história e filosofia da ciência. 

Em resumo,  Bunsen tornou-se doutor com apenas 19 anos pela Universidade de Göttingen e um dos seus grandes estudos tem relação com a insolubilidade de sais metálicos do ácido arsenioso. Além disso, estudou ainda emissões espectrais de vários elementos químicos, por meio de um tipo de aquecedor inventado por Faraday mas que foi muito aperfeiçoado por Bunsen. Daí o Bico de Bunsen.

Por causa dos estudos com o ácido arsenioso quase morreu por envenenamento por arsênio. Outro fator muito interessante de sua vida tem relação com o óxido de ferro hidratado. Até hoje, o único antídoto para envenenamento por arsênico.

Peguei essas informações no link abaixo:


Está em inglês, mas é muito legal.

Abraços a todos.

terça-feira, 29 de março de 2011

PAÍSES FORTES EM PESQUISA CIENTÍFICA PERDEM PARA OS EMERGENTES

GOIÂNIA - ANO I - 60

DA REUTERS


Países tradicionalmente fortes em pesquisa científica, caso dos Estados Unidos, Japão e nações europeias, estão perdendo seus postos para os emergentes, entre eles o Brasil, e outras nações que até então não se destacavam nessa área.
Embora os EUA continuem na liderança, a participação norte-americana em termos mundiais, na publicação de estudos científicos entre 1993-2003 e 2004-2008, caiu de 26% para 21%.
A China encostou e ficou em segundo lugar, um salto da sexta para a segunda posição, com 10,2%. Em terceiro, continua o Reino Unido, mas com 6,5%, contra os 7,1% anteriormente registrados.
Apresentado nesta segunda-feira, o levantamento foi feito a pedido da Royal Society, a academia nacional de ciência britânica. "O cenário científico está mudando. A Ciência está crescendo e surgem novos jogadores", comenta Llewellyn Smith, presidente do grupo responsável pela coleta de dados. Segundo Smith, entre 2002 e 2007, os investimentos em pesquisa científica cresceram cerca de 45%, mas nos países em desenvolvimento esse percentual beirou os 100%, principalmente na China.

BRASIL
Índia, Coreia do Sul e Brasil são outros países citados como grandes investidores na área científica, baseado nos investimentos que são projetados para o futuro.
O relatório "Conhecimento, Redes e Nações: Colaboração Científica Global no Século 21", que também está disponível na internet, menciona que o primeiro forma 2,5 milhões de graduados em ciência e engenharia a cada ano.
O Brasil é citado pela estimativa de injetar em pesquisa, até 2022, 2,5% do seu PIB (Produto Interno Bruto), mais do que o 1,4% em 2007.
O caso do Irã ilustra o investimento que está sendo feito em pesquisa científica. Em 1996, 736 estudos foram publicados. Em 2008, esse número pulou para 13.238, um reflexo dos 4% do PIB que serão desviados para o setor até 2030 --em 2006, era de 0,59%.
Na Turquia, a quantidade de cientistas cresceu 43% e, em 2008, quatro vezes mais estudos foram publicados quando comparado a 1996.
Na Tunisia, também houve um aumento substancial com 624 unidades de pesquisa e 139 laboratórios criados no período pesquisado.

sexta-feira, 25 de março de 2011

SEXTA-FEIRA DA CANÇÃO IX

GOIÂNIA - ANO I - 59


Olá Químicos e Agregados.


O Sexta feira de hoje é uma homenagem aos meus queridos alunos de Instrumentação II, especificamente aqueles do LEQUAL.


O clipe é velhinho, as roupas são estranhas, mas o recado é legal.


Hoje: Eduardo Dusek - Barrados no Baile



quinta-feira, 24 de março de 2011

BRASILEIRO ENTRE OS 100 MAIORES QUÍMICOS DO MUNDO

GOIÂNIA - ANO I - 58

DA FOLHA DE SÃO PAULO
Luiz Gustavo Cristino


Muito trabalho, força de vontade e gosto pelo desafio. Essas são as matérias-primas que o químico Jairton Dupont, 51, considera essenciais para o crescimento acadêmico e para sua figuração na lista dos cem químicos mais influentes da década. Elaborado pela empresa Thomson Reuters, que tradicionalmente mapeia as publicações científicas mundo afora, o ranking traz Dupont como o único brasileiro presente, na 83ª colocação.

As pesquisas de Dupont, que é professor da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), visam ao desenvolvimento e estudo de líquidos iônicos orgânicos, principalmente para aplicação na indústria petroquímica.

Jairton Dupont, que estuda substâncias iônicas, leciona na UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul)

Na lista, são 70 químicos dos EUA, 7 da Alemanha e 4 do Reino Unido."Do ponto de vista pessoal, fico bastante contente, mas, pensando de forma geral, acredito que temos um reflexo de uma política", diz o químico nascido em Farroupilha (RS), lamentando a ausência de outros brasileiros e de outros países emergentes, como China e Rússia. "As instituições em que se concentram 80% dos químicos selecionados têm tradição no ensino por meio da pesquisa e possuem muito mais estudantes de pós-graduação do que de graduação", afirma Dupont.

"A graduação também é importante, mas instituições conhecidas por sua excelência em pós devem se especializar, focar essa área." O critério para a elaboração da lista foi o número de citações de cada cientista em trabalhos acadêmicos. Todos os seus integrantes publicaram pelo menos 25 artigos e foram citados em pelo menos 50 diferentes publicações.


CRÍTICAS
Contrário à escolha de dirigentes acadêmicos por eleições e a concursos públicos para professores-pesquisadores, ele define o sistema brasileiro como "pseudodemocracia universitária". "Lá fora, as escolhas são feitas por capacitação e mérito". Dupont também não acredita no sucesso de instituições dedicadas unicamente à pesquisa, e não ao ensino. Segundo ele, o fracasso desse tipo de entidade está historicamente comprovado. Sobram críticas aos cursos noturnos de graduação. "São um desperdício de dinheiro", diz. Ele defende que o retorno seria maior se houvesse bolsas de estudo para alunos em período integral. "É um investimento muito melhor, porque a pessoa vai ser formar no tempo normal, em quatro anos ou até menos, e vai estar muito mais bem preparada."
Com sua experiência, ele recomenda aos iniciantes paciência e jogo de cintura para lidar com frustrações. "As pessoas acreditam que a notoriedade faz com que eu sempre tenha pedidos aprovados, mas sou como qualquer um, eu tenho meus projetos negados, isso faz parte do processo. Quem aprende a conviver e a melhorar com isso vai ser feliz."

Comentário do Blog.
Concordo com quase tudo que ele disse. Mas discordo quanto ao curso noturno. Precisamos de cursos noturnos. Para melhorá-los cada vez mais, temos que investir em estudos e não abandoná-los. No resto eu até concordo.

terça-feira, 22 de março de 2011

SONDA DA NASA VAI ORBITAR MERCÚRIO POR UM ANO

GOIÂNIA - ANO I - 57


DA ASSOCIATED PRESS

Considerado um dos planetas mais estranhos e complexos do Sistema Solar pelas suas características peculiares, Mercúrio receberá uma sonda da Nasa que vai orbitá-lo pela primeira vez durante um longo período de tempo. A missão, que será realizada pela Messenger, está prevista para o próximo dia 17.

Mercúrio é particular por sua temperatura ir de extremos de frio e de calor. Um dia no planeta equivale a 176 dias da Terra e, apesar de estar perto do Sol, acredita-se que pode armazenar toneladas de gelo em suas crateras escuras já que os seus polos não recebem luz solar.


O design da Messenger também é um capítulo à parte. Partes dela devem derreter quando a sonda estiver passando pelo lado ensolarado de Mercúrio, extremamente quente. A medida está prevista pelos idealizadores do projeto e será adotada para proteger os equipamentos mais sensíveis da nave sem que coloque em risco seu funcionamento. Depois, o que foi derretido deve ser recongelado ao entrar na zona fria do planeta.


Embora seja um pouco maior do que a Lua, mas a uma distância maior, Mercúrio não é exatamente fácil de ser observado por telescópio. Mas, noticia a Nasa (agência espacial americana), ele será visualizado com mais clareza a partir deste domingo.




quinta-feira, 17 de março de 2011

LIMITES DE ALUNOS EM SALA DE AULA - DE NOVO

GOIÂNIA - ANO I - 56

Olá Químicos e Agregados.

Muitos leitores do blog e alunos do curso de licenciatura estão perguntando de onde tirei a idéia de que o secretário da educação possa estar errado.

O tema é muito polêmico. Há uma infinidade de artigos que defendem o que o secretário falou (no entanto a média de alunos em sala de aula varia entre 20 e 40, portanto, aquém do que discute) e há o mesmo número de artigos que defendem o contrário, ou seja, faz diferença uma sala mais cheia.

De qualquer forma, acessem um artigo que discute a aponta muita coisa em relação a isso:


Nele, fica claro que o tema é controverso, existindo resultados conflitantes.

Assim, um secretário não pode tomar decisões que afetam o professor e os alunos sem uma ampla discussão, ouvindo as diferentes opiniões.

É isso. Por enquanto...



terça-feira, 15 de março de 2011

EXPOSIÇÃO ITINERANTE "A QUÍMICA NO COTIDIANO" NA BIBLIOTECA DA UFG - CAMPUS II

GOIÂNIA - ANO I - 55

Olá Químicos e Agregados.

Em comemoração ao Ano Internacional da Química, a Biblioteca do Campus II da UFG recebe 
a exposição itinerante "A QUÍMICA NO COTIDIANO".

"A Química no cotidiano" foi elaborada pelo Museu da Vida-Fiocruz/Sociedade Brasileira de Química (SBQ) com o apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). A exposição deverá ser sediada por cada uma das secretarias regionais da Sociedade Brasileira de Química (SBQ). Agora é a vez da regional da SBQ em Goiás.

Assim, em Goiânia os 20 pôsters que compõem a exposição poderão ser vistos na Biblioteca Central da UFG, Campus 2, entre os dias 21 de março e 18 de abril de 2011.

O horário de visitação é de segunda a sexta, das 7h15 às 22h45; sábados, das 8h às 18h.

Sintetizando:
O que: Exposição "A Química no cotidiano"
Quando: de 21 de março a 21 de abril de 2011
Onde: hall térreo da Biblioteca Central da UFG, Campus 2
Quem promove: regional da Sociedade Brasileira de Química 
Contato: Prof. Dr. Luciano Morais Lião, Instituto de Química - UFG, 3521-1016 (ramal 205)

Mais detalhes sobre o Ano Internacional da Química: www.quimica2011.org.br

FONTE: www.quimica.ufg.br, Prof. Dr. Luciano Lião.

sábado, 12 de março de 2011

LIMITES DE ALUNOS EM UMA SALA DE AULA: NOSSO SECRETÁRIO PRECISA DE UM ASSESSOR

GOIÂNIA - ANO I - 54

Olá Químicos e Agregados,

Viram a atitude de nosso secretário estadual de educação? Orientado por um visitante do blog, fui atrás do furo.

Pois é, olhem o que vi em seu blog. O secretário da educação: "reiterou a posição favorável à lei complementar que extinguiu o limite de alunos por sala de aula no ensino médio da rede particular de ensino e pôs fim à destinação de um terço da carga horária dos professores de escolas privadas para atividades extraclasse."

Eu acho que um secretário de educação não pode defender duas legislações. Uma regra para escola pública e outra regra para escola particular. Além disso, não é ele que ministrará aulas para salas com mais de 50 alunos. Não serão aulas, serão palestras.

Os donos de escola particular estão rindo que só. Agora eles poderão colocar duas salas em um espaço só, com o mesmo professor. Diminui a carga horária do professor e a despesa com a escola. Bonito isso, né, secretário? E mais, quem precisa de atividades extra-classe? Segundo a ótica do secretário, o professor da rede particular pode usar seus sábados e domingos para corrigir prova e preparar aulas, não é?

Além dessa, tem outra pérola da inteligência em gestão, olhem só: “Coréia do Sul, Japão, Israel e Chile são países referência em Educação e apresentam média de alunos por sala de aula superior a do Brasil. A redução no número de alunos por sala implicaria no aumento de gastos com professores, o que encareceria a mensalidade dificultando o acesso de mais estudantes à rede privada”.

Esqueceram de dizer ao senhor secretário que a média de alunos por sala nesses países considera os seguintes aspectos: a escola tem estrutura adequada; a média não é de 60, 70, 80 e até 100. É por volta de 30-35; o professor nesses países exemplificados pelo secretário, como eu já disse em outros posts TÊM PLANOS DE CARREIRA E SALÁRIOS COMPATÍVEIS COM TAMANHA FUNÇÃO!


Agora, dificultar o acesso dos alunos à rede privada foi demais para mim, um reles mortal! Essa fala nos diz o seguinte: se a mensalidade é alta e o ensino da escola pública é ruim, é melhor tem uma mensalidade baixa para possibilitar que os alunos possam ir para o sistema particular de ensino. É isso ou exagerei?

Guardem essa frase: "dificultando o acesso de mais estudantes à rede privada."

É isso. Vamos facilitar o acesso, né gente! Precisamos colocar mais dinheiro na iniciativa privada, já que a pública....

Caros. Mesmo assim, eu não desisto.

Abraços.




 

quinta-feira, 10 de março de 2011

CONTROLAR URINA PODE LEVAR A MELHORES DECISÕES, DIZ ESTUDO

GOIÂNIA - ANO I - 53

DA BBC BRASIL

Um estudo da Universidade de Twente, na Holanda, sugere que controlar a vontade de urinar pode melhorar o mecanismo da decisão.

Cientistas descobriram que a ativação de algumas vontades --como excitação sexual, fome ou sede-- levaria as pessoas a querer outras coisas aparentemente não relacionadas. Pesquisadora do setor de psicologia da universidade, Mirjan Tuk usa como exemplo o caso de um homem que vai em busca de um saco de batatas fritas depois de olhar para fotos de mulheres sensuais. "Se ele fosse capaz de reprimir o desejo sexual nesta situação, a fome também seria controlada?"

Tuk teve a ideia de fazer a pesquisa durante uma palestra a qual assistia. Para permanecer alerta, a cientista bebeu várias xícaras de café, mas, no final, sentia vontade de ir ao banheiro.
"Todo o café tinha chegado à minha bexiga e automaticamente tive que controlar a vontade de urinar. E isto levantou a questão: o que acontece quando as pessoas exercem níveis elevados de controle da bexiga, mesmo sem ter consciência de que o estão fazendo?" A partir deste questionamento, Tuk desenvolveu várias experiências em laboratórios para testar se o controle de uma das vontades do corpo pode gerar maior domínio sobre outras.

Em uma das experiências realizadas, os participantes da pesquisa beberam cinco xícaras de água (cerca de 750 mililitros) ou tomaram pequenos goles de água de cinco xícaras separadas. Depois de cerca de 40 minutos --período de tempo necessário para a água chegar à bexiga--, os pesquisadores avaliaram o autocontrole dos participantes pedindo que fizessem oito escolhas.

Cada uma envolvia escolher uma recompensa pequena, porém imediata, ou então uma recompensa maior, porém a ser obtida mais tarde. Por exemplo: eles poderiam escolher entre receber US$ 16 no dia seguinte ou US$ 30 em 35 dias. Os pesquisadores descobriram que um número maior de participantes do grupo que estava com a bexiga cheia optou por receber a recompensa maior em prazo mais longo.

"Parece que você toma decisões melhores quando está com a bexiga cheia", acredita Tuk.
Os resultados foram surpreendentes quando analisados de um ponto de vista teórico. Muitas pesquisas em psicologia apoiam o conceito de "vazio do ego", que afirma que o autocontrole esgota o cérebro e torna ainda mais difícil o controle sobre outra questão. Mas, segundo Tuk, isto parece funcionar de outra forma, pois o controle da bexiga é um processo automático e inconsciente.

Na pesquisa, a cientista afirma que serão necessários mais estudos para determinar se este efeito pode ter sua origem não apenas na bexiga, mas também de outras respostas automáticas inibitórias.

Comentário do Blog

Só decida abandonar aquela aula chata, se sua bexiga estiver cheia, daí, dá para avaliar se você perderá ou não algo importante, eh, eh, eh, eh.
Compro uma tv de LED ou LCD? Antes de ir à compra, bebo um litro de água.
Humm. Faço um mestrado em orgânica ou físico-química? Dois litros de água antes de preencher a ficha.
Finalmente, reprovo ou não o pessoal de Instrumentação para o Ensino de Química II? Acho melhor me trazerem uma águinha fresca!

terça-feira, 1 de março de 2011

METEORITO REFORÇA TESE SOBRE VIDA NA TERRA TER VINDO DO ESPAÇO

GOIÂNIA - ANO I - 52

DA BBC BRASIL

Um meteorito encontrado na Antártida fortalece o argumento de que a vida na Terra pode ter vindo do espaço, dizem cientistas. Análises químicas do meteorito mostram que o material é rico em hidrocarbonetos e amônia, um componente químico formado por nitrogênio e hidrogênio, encontrado em proteínas e no DNA que forma a base da vida tal e qual conhecemos.
Os pesquisadores acreditam que esses elementos podem ter chegado à Terra por meio de meteoritos que caíram no planeta no passado, povoando o lugar com os ingredientes que faltavam para a criação da vida. As conclusões se baseiam em uma análise de pouco menos de quatro gramas de pó extraído do meteorito Grave Nunataks 95229, batizado em referência ao local onde foi descoberto na Antártida em 1995.
Detalhes do estudo conduzido por uma equipe das universidades do Estado do Arizona e da Califórnia, ambas nos EUA, foram publicados na revista científica "Proceedings of the National Academy of Sciences".
"O estudo mostra que há asteróides no espaço que, ao se fragmentarem em meteoritos, podem ter caído sobre a Terra com uma mistura de componentes com propriedades atrativas, incluindo uma grande quantidade de amônia", disse a coordenadora da pesquisa, Sandra Pizzarello, da Universidade do Arizona.
Segundo ela, meteoritos podem ter fornecido à Terra uma quantidade suficiente de nitrogênio para fazer emergir a vida em seu estado primitivo.

CRIAÇÃO DA VIDA

Estudos realizados com o meteorito Murchison, que atingiu a Austrália em 1969, mostram que aquela rocha também é rica em componentes orgânicos. Mas Pizzarello diz que o meteorito Murchison é "complexo demais" e contém moléculas de hidrocarbonetos mais propensas a serem encontradas em um período mais tardio da história da vida.
A teoria de que as "sementes" da vida na Terra foram trazidas por cometas ou asteróides resulta, em parte, da tese de que nosso planeta, em seu período formativo, não continha o estoque necessário de moléculas simples para ativar os processos que deram início à vida primitiva.
Esses processos poderiam ter ocorrido no chamado "cinturão de asteróides" entre Marte e Júpiter, longe do calor e da pressão de planetas em formação. Colisões entre os asteróides dentro deste cinturão teriam produzido os meteoros que viajaram pelo nosso sistema solar e, ocasionalmente, terminaram carregando seu material para a Terra. A especialista em meteoros Caroline Smith, do Museu de História Natural de Londres, concorda que um importante elemento no novo estudo é a detecção de nitrogênio. Mas ela questiona se a quantidade encontrada no meteorito da Antártida se repete em outras ocasiões.

"Um dos problemas em relação à biologia primitiva na Terra tem a ver com a necessidade de nitrogênio em abundância para deslanchar todos esses processos pré-biológicos", ela explica.
"O nitrogênio está presente na amônia. Mas há uma série de evidências que apontam que a amônia não existia em abundância no início da Terra. Então de onde veio?", questiona.

O fator específico que levou ao nascimento da vida na Terra permanece um mistério. Uma das hipóteses aventadas pela professora Pizzarello é que materiais provenientes de meteoritos tenham interagido com ambientes como vulcões e piscinas formadas pelas marés oceânicas.
Mas ela ressalvou que todas as hipóteses ainda estão no campo da especulação. "Encontramos esses materiais extraterrestres em meteoritos que contêm o que precisamos (para chegar a uma explicação) mas, quando chegamos em questões como 'como e 'por que', ninguém sabe", afirma.
"O único que podemos dizer é que sim, parece que ambientes extraterrestres podem ter trazido o material."